quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Cleptomania

Cleptomania é um distúrbio compulsivo, onde o indivíduo não consegue resistir ao impulso de roubar objetos. Ele tem consciência do que está fazendo. Os itens furtados não são para seu uso pessoal, podem ser dados de presente, guardados ou até jogados fora. Antes do roubo, ele sente uma tensão acelerada, durante o mesmo e logo após a sua realização, sente uma sensação de satisfação. Simplesmente não consegue resistir ao impulso, é como um vício e é isso que caracteriza a cleptomania. Há uma repetição do comportamento (roubar) mecanicamente, por imposição de seu inconsciente. O cleptomaníaco não rouba para expressar raiva, ou por querer se vingar. E também não o faz como resposta a supostas alucinações (exemplo de alucinação auditiva: o indivíduo ouve vozes que lhe dão ordens para roubar). Com freqüência, os cleptomaníacos têm outros distúrbios tais como: ansiedade, anorexia, bulimia, distúrbio bipolar, entre outros. De uma forma geral, o indivíduo busca nos objetos de seus furtos, uma compensação por possíveis problemas nos seus primeiros anos de vida, nos quais se forma a personalidade. Privações de amor e compreensão por que passa uma criança antes dos sete anos, podem determinar certas respostas neuróticas. A falta de afetividade costuma ser a grande causa. Mas isso não é via de regra. Ele pode roubar para enfrentar sua ansiedade. É necessário investigar sobre a vida da pessoa para poder levantar uma hipótese de diagnóstico mais provável. Segundo Hermano Tavares, psiquiatra do Hospital das Clínicas de São Paulo, “Estudos mostram que essas pessoas têm alterações em uma área do cérebro responsável pelos impulsos e pelo juízo de moral” Esse distúrbio costuma acontecer mais em adultos, com maior incidência em mulheres, porém há crianças que o apresentam. No caso de crianças, 99% de chance de ser devido à falta de afeto. No caso de adultos, pode ocorrer que situações no presente façam ganchos emocionais com fatos do passado. Exemplo: uma mulher que não teve carinho por parte do pai na infância (passado). Nunca havia apresentado comportamento cleptomaníaco. Porém casa-se com um homem que a trata também com pouco afeto. Essa situação do presente, desperta no inconsciente a lembrança da situação parecida do passado. A partir daí então, para compensar a carência, ela se torna cleptomaníaca. ” A pessoa portadora desse distúrbio deve ser compreendida como compulsiva por roubar e diferenciada de um “ladrão”, cujo roubo é intencional e o faz por desvio de caráter. O Cleptomaníaco tem consciência de que o ato é errado e sem sentido. Ele tem medo de ser descoberto e se sente deprimido ou culpado. Precisa de tratamento. Uma medicação pode ajudar no controle da ansiedade. A terapia é crucial, nela busca-se situações não resolvidas e o ajuda a dissolvê-las. Com isso passa a entender o seu próprio comportamento, podendo assim transformá-lo. A família pode e deve pedir orientação para cuidar de seu ente querido.
PAZ!

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Doze "Nãos" Necessários E Algumas Considerações.

Não julgue
Mesmo tendo certeza da necessidade do julgamento. Procure sempre valores positivos nas pessoas. Com o tempo, se torna um hábito, pratique;

Não fique sem falar com alguém
Isso gera angústia e alimenta sentimentos ruins. Trabalhe o perdão em seu coração;

Não perca energia com brigas e discussões
Guarde sua energia para situações de alegria e paz. Não significa “engolir sapos”, mas esperar um momento de calma para conversar sobre o assunto em questão;

Não use as pessoas como “válvula de escape”
Resolva os problemas onde e com quem devem ser resolvidos;

Não ligue para a aparente dureza de coração das pessoas
Você não pode vê-las por dentro. Uma atitude fria pode ser uma fuga para não enfrentar emoções;

Não pule janelas, abra portas
O caminho mais curto nem sempre é o melhor. O melhor, é simples e democrático, serve para todos;

Não tente convencer os outros a pensarem como você
Cada um tem sua própria verdade. Respeite a posições individuais, cada uma trás sua história, seus erros e acertos;

Não fale mal dos outros
Imagine que a pessoa está por perto, ouvindo o que você fala, assim se sentirá acanhado e não o fará;

Não perca a fé
Tudo o que acontece, por pior que pareça, é o melhor. Enfrente tudo com coragem, oração e agradecimentos;

Não deixe de chorar, mas prefira sorrir
Lágrimas são bonitas, porém seu sorriso é seu melhor “cartão de visitas”. Nem todos têm paciência para tristeza;

Não tente entender o amor
Amor não se entende, o amor se sente. Não critique a maneira pelo qual o amor for expresso. Cada um tem seu jeito de amar, experimente;

Não suba no palco e nem fique na platéia
Saia do teatro e viva sua vida. Se aceite e acredite no seu valor pessoal.

Paz e Amor!

Dicas Para Uma Vida Mais Leve

Tenho recebido e-mails de pessoas que se consideram tristes e pedem aconselhamentos. Não existe “receita de bolo”, mesmo porque não somos todos iguais. O que é bom para um, pode não ser para o outro. Porém, há maneiras de se levar a vida com mais leveza. Seguem, então, algumas boas dicas:

Limpeza geral – livre-se do que é desnecessário a você. A começar do que não lhe trás boas lembranças. Cartas, fotos que fazem parte do passado e podem lhe causar tristeza, devem ir para o lixo. Roupas e objetos sem mais utilidade, devem ser doados;

Exercícios físicos – uma atividade física cai bem (pode ser uma caminhada). Atividade física eleva os níveis de endorfina, o que deixa você mais disposto e animado;

Contato com a natureza – que seja apenas um passeio ou cuidar de um animalzinho, mas que seja;

Pensamentos novos- aprenda algo novo. Procure cursos ou leituras que lhe tragam aprendizados. Abra seu pensamento, leve sua mente a expandir-se;

Não deixe para amanhã- se tem algo a fazer, faça-o. Principalmente por você e pelas pessoas queridas. Não perca mais tempo com o nada;

Encare as dificuldades – decida de uma vez por todas o que está pendente. Comece pelo que for mais difícil;

Pare de competir - ... “A grama do vizinho parece sempre mais verdinha. Mas quando você chega perto, vê que ela é artificial”... Siga o seu caminho, construa sua vida sem se comparar com os outros. Somos “individuais”;

Aceite as pessoas como elas são – se você for procurar defeitos nos outros, com certeza vai achar. Não existe ninguém perfeito. Tolere mais (claro que dentro de um limite ético), para não ficar sozinho;

Deseje o bem- é a melhor maneira de tê-lo com você. O que desejar, retornará em dobro;

Tenha sempre um alvo a atingir – corra atrás do que deseja. Se estiver sem perspectivas, elabore uma. Lembre-se daquele velho plano que está guardado, o qual você desistiu de colocar em prática. Ressuscite-o;

Alegre-se com seus talentos – o que você mais gosta de fazer? O que faz melhor? Tire um tempinho para dedicar a isso;

Ame-se – o que você tem de melhor? Comece a procurar motivos para se admirar, para ter orgulho de você mesmo. Sempre há algo. Mas você pode melhorar isso. Construa novos elementos para o seu caráter. Crie um estilo alinhado e incorruptível. Integridade fortalece;

- busque fé e confiança. Faça mais orações. Medite mais.

Se você conseguir fazer um pouquinho do que escrevi acima, vai aliviar suas tensões e expulsar energias negativas. Vai se conhecer melhor e poderá expressar seu “som individual”. Sua vida tem seu próprio tom. Sintonize-se! Afine-se! Perceba-se! Quem mais pode ajudar você, é você mesmo. Seja feliz.

Muita Paz!

Estimule Sua Equipe De Trabalho

... “Carlos, 45 anos. Trabalho em uma multinacional há 15. Minha equipe de trabalho não está bem. Nosso chefe é muito crítico e o grupo está desestimulado”...


Vestir a camisa da empresa onde trabalhamos é muito importante , mas nem sempre se tem vontade, principalmente quando o “balde de água fria” vem da chefia. Com razão os funcionários ficam desestimulados, o que gera baixo rendimento, apatia e desinteresse
pelo serviço. Há perdas para os dois lados.
Não há equipes sem problemas. Em todo grupo haverá: um líder, um bajulador do chefe, um brincalhão, um sério, um mais bonito, um preguiçoso, entre outros....não tem como fugir a isso. Você se enquadra em algum desses, Carlos? Se for o líder, ótimo. Caso contrário, pode pedir ajuda a ele. Todos os perfis têm um papel a cumprir. Todos são fundamentais e importantes, porque equilibram uns aos outros. Procure identificar em seu trabalho quem é quem, que papel cada um exerce no grupo. Procure então iniciar um intercâmbio de idéias e experiências, o que é fundamental para uma equipe se tornar sadia. Se for possível, converse com o grupo. Não critique ninguém (principalmente o chefe), apenas levante pontos positivos para uma melhor desenvoltura do trabalho. Todos os integrantes devem ser valorizados. Não deixe ninguém de fora. Comece falando com o mais acessível. A união vai surgindo espontaneamente. Com o tempo, todos conversarão juntos. Tudo de forma bem amigável. Só não podemos esquecer de uma coisa, a hierarquia de cargos deve ser respeitada. Então, após reuniões do grupo (informais claro), tudo deve ser levado ao conhecimento do chefe.
As multinacionais costumam ter um “programa de idéias de funcionários”. É bem possível que a sua tenha. Procure se informar. Há várias equipes dentro da empresa e uma delas pode estar passando por um problema igual ou parecido com o de seu grupo. Caso vocês venham a conceber algo novo, podem ser muito valorizados.
Seu emprego leva uma boa parte do seu dia. Ele passa a ser sua segunda casa. Levar problemas do trabalho para seu lar ou vice-versa, não é bom. Mas levar “as alegrias” é excelente. Não precisa levar em palavras, mas dentro de você.
Vá trabalhar com o pensamento elevado. Críticas sempre virão, julgue-as com honestidade. Se forem construtivas, ótimo. Reflita sobre elas e recicle-se. Se forem infundadas, desqualifique e elas voltarão para o lugar de onde vieram.
Bom trabalho!





Os nomes são trocados para preservar a identidades das pessoas.
Escreva para: andycat21@superig.com.br

Crianças

O mundo infantil é simbólico e movido a carinho e atenção. A inocência desse momento da vida é linda, pura e deve ser respeitada. Os anos passam e toda a magia e encantamento da infância ficam guardados no inconsciente, o qual dependendo do conteúdo emocional vivido, pode ser difícil acessar. Além de que a vida como adulto (trabalhos, responsabilidades) ocupa praticamente toda a mente.
A criança precisa vivenciar descobertas e emoções. Necessita liberdade para criar e brincar. O desenvolvimento de sua personalidade (além de uma parcela hereditária), é determinado pelo tratamento que lhe for oferecido, carinho e atenção nunca são demais principalmente nos primeiros anos de vida (0 a 7 anos), que é de onde vem sua base emocional. São nesses primeiros anos que se devem proporcionar muitos estímulos, pois o cérebro está amadurecendo e quanto mais estimulado melhor. A inteligência e seu desenvolvimento cognitivo (associação de idéias), serão mais ricos se bem trabalhados. Por isso, podemos usar e abusar de joguinhos, leitura de historinhas, canetinhas, lápis de cor e papel para rabiscos. Elogiar sempre seus acertos, seus desenhos, ela tem que sentir prazer nisso. Esse prazer será espelhado no futuro em seus estudos. A melhor época da vida para a semeadura é essa.
Para dialogar com uma criança é necessário que abaixemos até sua altura. Os olhos devem ficar na mesma direção que os dela. Isso transmite mais igualdade e confiança, uma vez que ela não terá que olhar para cima e nos sentir como uma autoridade. A voz tem que ser suave e as palavras bem fáceis. Se houver demonstração de poder, podemos perder o encanto para ela. O coração infantil se magoa facilmente. Um excelente horário para conversar e aconselhá-la é a hora de dormir. É aquele momento em que aquele ser pequenino já está em estado de repouso, aconchegado, sentindo-se seguro. Estará sonolento, o que se iguala ao início de um transe hipnótico. Nessa hora, tudo o que for falado irá direto para seu inconsciente e automaticamente será armazenado. É um instante em que não há muitos estímulos ao redor e ele estará completamente sintonizado na conversa. A fala será mais bem assimilada se a voz for em sussurro, é o que chamo de “voz de fada”.
Não é difícil lidar com os pequeninos. Só é necessário ter paciência e amor. Eles aprendem muito com a gente, que também aprendemos muito com eles. Há horas em que se voltássemos a ver as situações emocionais de nossas vidas com um olhar de criança, tudo seria mais simples. Porque a criança não vê só com os olhos, mas principalmente com o coração.

Busca Interior

Para nos entendermos melhor, precisamos praticar mais a introspecção, olharmos mais nosso interior. Entrar em contato profundo com nossa própria natureza. Nosso inconsciente arquiva tudo o que nos acontece, todas as nossas emoções, tudo que é bom e tudo o que é ruim. A partir do que vivemos, criamos nossas verdades.
Ter segurança nas atitudes, auto-estima elevada, responsabilidades, entre outras coisas boas, depende muito de como nos trabalhamos internamente. Muitos estímulos externos podem nos deixar perdidos, como por exemplo: a opinião dos outros. Um julgamento maldoso vindo de outrem, em um momento de fraqueza, pode desestruturar nosso emocional. Se não nos posicionarmos com firmeza dentro de nossa consciência, acabamos desenvolvendo uma desconfiança de nossas verdades. Passamos a duvidar de nossas respostas internas.
Muitas opiniões nos são dirigidas durante toda a vida. Quando crianças, mensagens errôneas podem ficar guardadas em nosso inconsciente de uma maneira tão intensa, que prejudicam a construção de nosso ego. Para que entendam melhor, o “ego” é a nossa personalidade atuando no momento presente. Ele é um instrumento de adaptação ao meio em que vivemos. O nosso ego é nosso protetor e melhor amigo, está sempre atento e atuante. Um exemplo: alguém com quem não simpatizamos, chega e nos dá um beijo na frente de outras pessoas. O primeiro impulso seria não corresponder, porém nosso ego nos leva a retribuir. Ele nos leva a uma adequação àquela situação. Sendo assim, quando ele é bem edificado, sabe como lidar com todas as situações. É claro que não existe o “ego perfeito”, que se adapta a tudo e a todos. Ele pode ser bem constituído, mas como tudo na vida, tem seus dias de “baixo-astral”.
Ter uma boa consciência de nossas forças interiores, nos ajuda a: concretizar objetivos; vencer limitações; selecionar avaliações que nos fazem (o que é construtivo fica, o que não é retira-se); criar uma base emocional para enfrentar os acontecimentos com positividade.
A sociedade nos requer aprovações o tempo todo. Se deixarmos nos absorver por cobranças, tornaremos nossas vidas confusas e perderemos nossa identidade. A melhor maneira de sairmos desse redemoinho, é acreditarmos em nossos sentimentos. Acabarmos com nossos pensamentos confusos, com nossas dúvidas. Nossas repostas estão dentro de nós mesmos.

Muita Paz!

Após Um Câncer

Há treze anos minha mãe teve um tumor maligno no cérebro. Muito mudou em sua vida e na de todos nós que a compartilhamos. Na época, optamos por não contar a ela sobre a malignidade do tumor. Ela era uma pessoa muito sensível e provavelmente se entregaria à doença. Oito anos após a cirurgia, com periódicas tomografias e ressonâncias magnéticas, o médico a deu como curada. Só então ficou sabendo da verdade e passou a se considerar forte, pois não acreditava que venceria uma doença como essa.
Contar ou não ao paciente? O médico sempre leva primeiro ao conhecimento da família, para que a mesma tome a decisão. Receber uma notícia de que se está com câncer é uma rasteira daquelas que derruba qualquer um. Alguns se levantam, outros permanecem caídos, afundando cada vez mais. Ninguém melhor que o conjugue e os filhos para decidir, uma vez que são eles que convivem e conhecem o emocional do enfermo. Para encarar esse tipo de situação é necessária muita união. Todos têm que trabalhar para o bem estar e tranqüilidade do paciente. Paciência, carinho e conter o próprio choro, são necessários. A luta contra essa doença não é de um só, mas de todos.
Algumas pessoas são providas naturalmente de um fortalecimento interno. Essas enfrentam um câncer com determinação. Entre essas, umas prolongam o tempo de vida, mas acabam morrendo. Outras se curam e ainda permanecem vivas por muito tempo. Em qualquer dos casos, uma terapia é fundamental. O terapeuta deve ser avisado se o indivíduo sabe ou não sobre a doença.
Há coisas que mudam. No caso de minha mãe, ela não ficou com qualquer déficit em seus cinco sentidos. Porém, devido ao anticonvulsivante que deverá tomar pelo resto da vida, se tornou mais lenta para andar e tira diversas sonecas a qualquer hora do dia. Sendo assim, não trabalha mais e nem pode dirigir automóveis, entre outras situações. Essas mudanças podem causar depressão, baixa auto-estima e sentimento de menos valia. Os familiares devem estar atentos a esses sintomas.
No último domingo, meu pai havia saído e minha mãe queria ler minha coluna. Resolveu então sair a pé até o jornaleiro para comprar o jornal. No caminho levou um tombo na calçada. Todos avisados, passamos a tarde no hospital, onde ela permaneceu até a manhã do dia seguinte em observação. A questão do jornal, já resolvi. Fiz uma assinatura para que o receba em casa. De resto, só tenho a agradecer:
Que bom que Deus deu sabedoria suficiente ao homem para fazer tais cirurgias, desenvolver tratamentos e remédios...que bom que existe um Deus para termos fé e que nos dá força para enfrentarmos esse tipo de situação...que bom que Deus deixou nossa querida mãe viva e que temos uma mãe, para nos preocuparmos e passarmos a tarde de domingo em um hospital...
Isso é amor! É família! É união!
Precisamos renovar nossa fé todos os dias. Afinal: ... “somos brasileiros e não desistimos nunca”...
Muita fé no coração de vocês!
Paz.

A Sabedoria Vem Com O Tempo

Outro dia ouvi de uma idosa, a seguinte frase: ... “Se eu tivesse dinheiro, meus filhos me respeitariam mais. Virei uma marionete nas mãos deles”... O que se tem feito com os idosos? Dinheiro se perde da noite para o dia, por meio de roubos ou falências. Porém, há algo que ninguém jamais poderá tirar de ninguém: o caráter, a dignidade, a história.
A vida é um imenso ciclo de autotransformação. Quando criança, tudo é simbólico. Na adolescência tudo é problemático ou romântico. Na fase adulta encontra-se o amadurecimento, esquece-se a magia da infância e o romantismo da juventude. É na velhice que se adquire uma ampla capacidade de união, um poder de fusão das emoções e de todas as experiências e conhecimentos armazenados por toda a vida. A visão se amplia. Os olhos podem estar cansados, mas a mente enxerga longe. Esquecem-se palavras, mas não as idéias. O sentido da vida fica mais nítido e a consciência de que não se é imortal, fica cada vez mais presente. O inconsciente acompanha atento todo esse processo. Embora as forças físicas falhem, a vida pode ainda ser muito prazerosa. O idoso lúcido, possui um poder de síntese, uma sabedoria que só os anos podem dar. Uma força interior serena que imanta suas ações.
Em geral, os idosos são vistos como importunos e colocados de lado. As conversas repetitivas sobre os mesmos assuntos chateiam, quando na verdade, são poderosas fontes de manutenção de sua memória. Quando um idoso repetir um assunto, deve-se tentar fazê-lo ir mais longe. Questionar os pontos que não ficaram claros, esmiuçar o tema com novas perguntas. Ele precisa de estímulos, para que seu cérebro continue funcionando. Palavras cruzadas, leituras, TV, crochê, jogo de cartas, ajudam e muito. Dar atenção faz com que se sinta valorizado, elevando assim sua auto-estima. Um chá, ou leite com biscoitos é algo precioso.
O respeito a um ancião deve ser ensinado desde a infância. Ensinar os filhos a serem atenciosos, educados e pacientes com os idosos, trabalha valores e dignidade. Um dia se envelhece e o filho, já adulto, vai tratar os pais da maneira como foi instruído. Os pais de hoje, serão os avós de amanhã. Trazer na lembrança uma avó ou um avô que foram companheiros inseparáveis em nossa meninice, nos torna mais ternos com nossos filhos, que um dia nos darão netos, que também terão filhos e assim a história vai continuando. O importante é plantar a semente e regá-la.
Deve-se honrar e respeitar a velhice. Só se chega a ela por mérito espiritual. É nesse momento então, que se deve ter orgulho da vitória dos anos de vida conquistados. É o tempo de partilhar a sabedoria e de aconselhar. Para isso existem os filhos, netos, amigos mais jovens. Cada pessoa tem seu papel a cumprir. Os idosos têm muito que ensinar e os mais jovens têm muito que aprender.

Adolescência

Trechos de e-mails que recebi essa semana:

... “Tenho uma filha de 15 anos. É excelente aluna (o que me agrada muito), porém se sente feia e gorda. Reclama muito dos óculos e aparelho nos dentes. Quase não sai de casa”...
... “Me chamo Thiago. Tenho 16 anos. Queria muito arrumar uma namorada, mas na hora de chegar numa menina, não consigo. Tenho vergonha”...
... “Odeio minha mãe. Ela quer que eu faça tudo, arrume o quarto, faça dever de casa, coma coisas que não gosto e ainda reclama de como me visto. Ela fala que quando tinha a minha idade (14 anos), já sabia o que queria da vida”...

A adolescência é uma fase da vida em que incertezas, ansiedades, revoltas, estão presentes. São muitos mundos dentro de um só. Pensamentos a mil por hora, muitas vezes sem rumo. Durante esse período, há a explosão de hormônios característicos da puberdade. Espinhas, pêlos, seios, incomodam. São aceleradas modificações corporais que ameaçam o sentido de autoconsciência e é necessário tempo para integrá-las a identidade. Nesse momento, tudo parece eterno e a vida curta demais para essa eternidade.
A cultura e a sociedade têm uma grande influência nessa etapa. As cobranças físicas são inúmeras. Ser bonito, magro, se vestir na moda, são atributos muito valorizados. O pensamento e a conduta são bastante egocêntricos. Há uma tendência a concluir que as outras pessoas estão sempre preocupadas com sua aparência e comportamento. Sentir-se feio ou não ser aceito em determinado grupo, pode levar a uma depreciação de si e uma baixa auto-estima.
Quando não há um bom alicerce familiar, muitos adolescentes entram em conflitos emocionais internos. Críticas, austeridade, falta de diálogo por parte dos pais, geram problemas. É de grande importância saber o que está acontecendo com o corpo e com as emoções nesse momento. Na verdade o preparo deve vir desde a infância. Conversar, explicar, dar pequenas responsabilidades (por exemplo, estipular horário para fazer o dever de casa), vai gerando uma personalidade com bases. Crescendo com o hábito de dialogar, ficará mais fácil trabalhar os conflitos na adolescência. Porém, se não há esse hábito, apesar de mais difícil, não será impossível. Alguém deverá dar pequenas explicações, caso os pais não se disponham, um adulto em que o jovem confie pode ajudar. Nessa idade, ter um “porto seguro” é muito importante. Há sempre alguém próximo que o adolescente elege como respeitável e confiável. Alguém que possa esclarecer as mudanças corporais, a necessidade de uma boa alimentação...que óculos não são necessariamente para sempre (há cirurgias e lentes de contato), assim como aparelhos dentários. Alguém que conte experiências e ajude a dissolver a timidez.
Valorizar os estudos é muito importante. Uma nota boa, deve ser elogiada. Uma nota baixa, deve ser “conversada”. Tanto no ponto de vista do adolescente como no do adulto, “paciência” é a palavra-chave. Estimar o engrandecimento interior é imprescindível . É ele o coração da auto-estima. A sabedoria é completamente interna e não ocupa lugar. Quanto mais estudar, ler e escrever, mais rico o pensamento, mais amplos a mente e o poder criativo.
O tempo passa e nos esquecemos que já fomos adolescentes um dia. Cada um tem sua própria história. Vale lembrar que “ninguém é igual a ninguém”. Cada pessoa passa por seus próprios caminhos, às vezes penosos, às vezes alegres. Não cabe a ninguém julgar. Saber usar a autoridade, requer amor. Palavras afetuosas, uma voz calma, uma mão que acarinha, chega mais rápido ao coração. Isso serve tanto para pais como filhos!


(os nomes são trocados para preservar a identidade das pessoas)

Escreva para: andycat21@superig.com.br

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

“Quem vê cara, não vê coração”, só se você deixar

De vez em quando, surgem situações de conflito em nossas vidas. Algumas provindas do presente, outras do passado. Na verdade são lições de vida que fazem parte do processo de fortalecimento do nosso caráter. Vivenciar uma situação-problema, não significa carregar uma nuvem negra em cima da cabeça, demonstrando nervosismo, preocupação e algumas vezes imaturidade, mas uma desarmonia interna que deve ser trabalhada. Vem então a necessidade de colocar para fora, mas antes de falar sobre nossos problemas, temos que escolher a pessoa certa.
Abrir o coração, falar demais sobre nossa intimidade, abre nosso “campo de proteção”, dando ao ouvinte caminho livre para entrar e descobrir nossos pontos fracos. Nem todas as pessoas estão preparadas para ouvir, sequer aconselhar. E, caso nos enganemos quanto à índole daquele que nos ouve, o mesmo pode usar nossas questões e dificuldades contra nós mesmos. De um outro ponto de vista, jogarmos nossos dramas pessoais em ombros alheios, não é muito favorável (somente se for um profissional preparado para isso). Um bom ouvinte necessita de um caráter bem tranqüilo e de uma boca bem fechada. Qualquer conselho requer muita sensibilidade e conhecimento do outro. As pessoas podem nos ajudar a enfrentar nossas situações difíceis, mas não podem vivenciá-las por nós. Se existe alguma dificuldade, é porque está determinado que a vivenciemos e a decodifiquemos. Se recebermos soluções prontas, vindas de outrem, não desenvolveremos nossa autoconfiança.
A autoconfiança gera um bom posicionamento interno (e vice-versa). Temos que entender e carregar nossos próprios “fardos”, por meio de nossas próprias respostas. Confiarmos em nós mesmos e em nossos sentimentos. Só devemos buscar forças externas quando todos os meios internos foram usados.
Autoconfiança proporciona:
· auto-realizações;
· aumento de potencial interno;
· atitudes seguras;
· sensação de bem-estar;
· reconhecimento de pontos de nossa personalidade, que não faziam sentido antes;
· maior sensibilidade em relação aos outros.


Muita Paz!

Qual É A Sua Verdade?



... “Me chamo Alice. Sou filha única e minha mãe sempre fez tudo para mim. Moramos perto e ela vem todos os dias para minha casa, cuida de meus filhos. Eu trabalhava (sou arquiteta) e ela vinha me ajudar. Foi tomando conta, eu fui me acomodando e agora me sinto sufocada. Tenho raiva. Ao mesmo tempo, culpa por ter raiva. Tenho vontade de voltar a trabalhar, mas ela e meu marido não acham uma boa. Acabo me sentindo culpada. Me sinto um ET”...

Não se sinta um “ET”. Isso não é tão incomum. Os consultórios estão cheios de casos assim. Algumas pessoas abandonam seus projetos de vida em prol dos projetos dos outros. Tornam-se vítimas de situações, das quais têm dificuldade de sair. Acostumada a viver debaixo da proteção de sua mãe, você acabou achando natural o curso que sua vida tomou. Ao mesmo tempo em que quer se livrar da atual realidade, sente medo do que se tornou uma completa desconhecida, “sua liberdade”. Inconscientemente sabe que a criação que teve, determinou o que vive, pois reflete isso em seu sentimento de raiva. Porém, assume sua parcela de culpa, quando coloca que “se acomodou”, permitindo assim o rumo dos acontecimentos. Sua verdade se perdeu pelo caminho e está difícil de recuperar. Mas, qual é a sua verdade? Como resgatá-la? Começando novamente.
Recomeçar parece cansativo, mas não o é na realidade. Basta recuperar seus sonhos. Escolha um deles e trace um caminho a seguir. Resgate a força da magia que você tinha na infância, para encorajar o seu sonhar. O caminho para atingi-lo, não é curto, mas também não é difícil. Há etapas a cumprir. Nesse caminho, você encontrará várias verdades perdidas. A primeira delas será a “fé”. Quando você a encontrar, abrace-a. Deixe-a entrar em seu coração e se espalhar em todo o seu ser. Então, siga adiante. A partir daí, cheia de fé, nada mais poderá derrubar você. Dê uma boa olhada nas suas verdades. Faça uma faxina, jogue fora algumas, permaneça com as que ainda fizerem sentido e crie outras. Comece a pegar as “rédeas de sua vida”.
Assim que reassumir seu comando, reúna-se com seu marido e sua mãe. Converse sobre seus novos planos e como cada um poderá ajudar. Deixe claro que está determinada a partir em busca de seus ideais, mas que quer consenso, harmonia . Você não me escreveu a idade de seus filhos. Se forem ainda crianças, use palavras fáceis e eles entenderão. Em caso de adolescentes, pode chamá-los para a conversa também. Sua família pode estar em primeiro lugar, mas se você estiver infeliz, vai refletir isso nela. Ame-a, muito. Mas ame a você também.

Pessoas Difíceis

Estamos sempre interagindo com pessoas. São familiares, amigos, companheiros de trabalho. Algumas, apesar de não estarem livres de problemas, conseguem levar a vida numa boa, conversam normalmente, esboçam sorrisos. Outras são mais reservadas, tímidas talvez. E existem aquelas que são difíceis de lidar. São autoritárias, austeras e em alguns casos, até grosseiras.
O indivíduo autoritário necessita acreditar que é superior aos outros. Seu comportamento imperioso é um mecanismo de defesa, que seu próprio ego desenvolveu, para que os outros nunca penetrem seu âmago. Na verdade, esconde uma grande insegurança, baixa auto-estima e complexo de inferioridade, que o leva muitas vezes a desenvolver uma conduta materialista. Quando a pretensão e a arrogância se manifestam, fica difícil conviver. Ele desenvolve também, uma desconfiança de tudo ao seu redor. Por isso tende a querer as coisas do seu jeito, pois só assim tudo sairá certo e não precisa temer intervenção alheia.
Conviver com pessoas assim desgasta, cansa. Quando é alguém da família, menos mal. Família vai ser sempre família e tentamos conviver da melhor maneira, há até a intimidade e a liberdade de se falar alguma coisa. Porém, quando é alguém com quem somos obrigados a conviver (trabalho, estudos), às vezes perdemos a paciência.
Sempre que depararmos com alguma pessoa difícil, vale uma pequena análise da problemática que a envolve. A começar de seu passado. É claro que, dependendo de quem for, não teremos acesso algum à sua história, mas dá para ter uma idéia à luz da psicologia. Alguém autoritário com certeza passou por momentos em sua vida, em especial na infância, em que sua segurança ficou comprometida. Pais rígidos, pouco atenciosos, pouco carinho, promessas não cumpridas, tudo isso desestrutura o emocional, comprometendo-o severamente, acarretando imaturidade. Nos cabe então considerar que, para quem teve tantos problemas, nada mais compreensível que tenha se tornado tão complicado. Com essa visão geral, as ações dessa determinada pessoa, passam a não ter tanta influência em nossas vidas. Resta-nos não julgá-la, mas procurar entender e respeitar seus defeitos que, com certeza, vieram através de sofrimentos.
Ninguém consegue mudar a vida de ninguém. Já é difícil mudar a própria vida. Porém, podemos sinalizar de vez em quando. Podemos responder às ordens com: ... “Você quer assim, ou você gostaria que fosse assim”... Ninguém gosta de ser dominado. Liberdade é fundamental para todos os tipos de relações humanas. Pessoas amadurecidas e inteligentes, levam o outro a pensar em suas ações com simples palavras e atitudes pacíficas, sem brigas, sem imposição.
A você, que de alguma maneira se enquadra como “difícil”, faço um convite: mergulhe no seu íntimo mais profundo, encontre algo realmente forte e verdadeiro em si. Cure seu ego ferido. Tudo pode estar dando certo, mas é temporário, até o dia em que as pessoas ao seu redor se cansem.

Perdas Necessárias

..."Meu nome é Érick. Tenho 35 anos, sou solteiro e moro com meus pais. Acabo de ser demitido da empresa em que trabalhava há 10 anos. Sinto-me só, deprimido, revoltado e sem expectativas de vida. Eu tinha um certo “status” com esse emprego, sinto medo de perder alguns amigos por conta disso. O que fazer para sair desse buraco?"...

Sinto muito pela demissão. Mas, vamos tentar trabalhar isso. Começaremos entendendo o processo pelo qual está passando, que nada mais é que uma “perda”.
As perdas estão presentes por toda a vida. Toda perda leva a uma crise momentânea, que pode lhe trazer oportunidades, dependendo do seu ponto de vista. Nessas horas, a desesperança e o conflito de emoções (raiva, medo, ansiedade) são naturais e compreensíveis.
Vamos tentar ver sua situação por um prisma positivo. Essa “perda de emprego” pode estar lhe indicando uma necessidade de parar e refletir suas ações, rever seus projetos de vida, fazer uma reciclagem. A princípio você vivencia um “luto”, que de acordo com sua flexibilidade, pode durar muito ou pouco.
Seu medo de perder amigos é muito significativo. Não se preocupe, haverá uma seleção natural entre eles. Os amigos que forem sinceros, permanecerão. Os que se afastarem, não eram verdadeiramente amigos. Deixe-os ir.
Reflita se você gostava do que fazia ou do status que o emprego lhe dava? Trabalhava no que gosta de fazer?
Pegue um papel e uma caneta. Escreva seus objetivos de vida. Depois faça uma “escala de valores”, ou seja, coloque-os em ordem de importância para você. Conscientize-se de que, muitas vezes, o mais importante pode demorar a se concretizar. Outros objetivos menores podem ser necessários para a construção deste. Coloque esse papel em um lugar em que passe os olhos todos os dias (agenda, escrivaninha).
Esse pequeno exercício vai centrar e estimular você.
Olhe agora para sua demissão. Perceba que sem ela, você não teria parado e procurado ajuda. Repare que talvez seus objetivos já estivessem perdidos e esquecidos por muito tempo.
Receba o amadurecimento que vem com sua perda. Com ele haverá a oportunidade de um maior desenvolvimento interno. Lamentos e baixo astral só afastam pessoas e oportunidades.
Tenha confiança e seja verdadeiro com você mesmo. Valorize atitudes humildes. A partir de agora, mude seu mundo, seja positivo e lute por seus projetos de vida. É algo que só pode ser feito de dentro para fora e só você tem esse poder. Seja o maior dono de si.
Boa Sorte!


Os nomes são trocados para preservar a identidade das pessoas.

Escreva para:
andycat21@superig.com.br

Nossas Palavras

É impressionante a energia de calor humano que interage entre as pessoas, quando são gentis e pacientes umas com as outras. Quando existe diálogo, harmonia, sorrisos... Temos vários instrumentos a utilizar para um bem estar geral em nossas vidas. Um deles é o que falamos. Devemos prestar atenção às nossas palavras, elas têm peso, têm poder!
Quando amamos, as palavras são poucas para expressar nossos sentimentos. Tudo o que falamos parece pouco ou bobo e apaixonado. Falar ...“Eu amo você”... não basta e além de diversas vezes repetida essa frase, ainda parece que não se falou do amor de verdade. Que momentos ricos em encantamento escondidos por trás dessa busca!
Da mesma forma que tentamos demonstrar o amor com nossas palavras, muitas vezes também queremos demonstrar sentimentos ruins. Nada faz uma palavra retornar para nossa boca. Depois que sai, não tem volta. A raiva é uma propulsora de verbalizações ofensivas, que magoam e ferem a alma amiga e amada. Quando estamos nervosos e nos deixamos tomar pela ira, projetamos uma energia ruim, que entra no coração do outro sim, mas depois retorna para os nossos. E então surge o arrependimento, o remorso. Os pedidos de desculpas não deveriam existir, mas para que fosse assim, primeiro não deveria existir as injurias.
Vocês sabem porque os índios usam colares? Há dois motivos: um é para uso em caçadas. Eles colocam por exemplo um dente de urso, ou tigre, que são animais fortes, para lhes dar força; o outro motivo, é porque eles acreditam que a palavra vem do coração, passa pela garganta e sai pela boca. O colar fica na garganta para purificar tudo o que falarem, para não sair de suas bocas mentiras ou ofensas. Quando acontece de vir algo ruim para falar, eles sentem o colar no pescoço e se calam. Em psicologia, chamamos isso de “auto-sugestão”. O índio coloca um poder no colar e se sugestiona a senti-lo. O colar na verdade, não tem poder nenhum. O que acontece é que ele absorve como parte integrante de si, qualidades essenciais dele (colar), mesmo sendo estas fictícias. Tenho alguns pacientes que não conseguem “segurar a língua” e acabam falando coisas que não devem a pessoas queridas. Depois se afogam em lágrimas de culpa durante a sessão psicoterápica. Proponho-lhes essa sugestão do colar. Os resultados têm sido bem gratificantes.
Tomando então como base o ensinamento indígena, de que a palavra vem do coração, podemos chegar à conclusão que é dele então que devemos cuidar. Alimentá-lo com pensamentos positivos, bem-querer aos outros, paz, prazer em estar vivo...há tantas coisas boas com as quais podemos nutri-lo! Prepare o seu coração para uma limpeza, retire todos as más emoções, as poeirinhas de mágoa, os cisquinhos de tristeza e cuide bem dele. Ensine-o a ouvir além do que lhe é dito, a compreender que por trás de palavras frias, que ferem, há com certeza um coração também machucado que precisa de ajuda e uma boa limpeza como ele precisou.
Muita paz e um coração novo para você!

Mulher

Dentro da nossa cultura, a mulher ainda é criada para esperar um grande amor. Um homem que fará tudo por ela, que a protegerá e será um bom provedor. Uma verdadeira visão de conto de fadas. Então ela cresce e de repente, como se levasse um tombo, cai em uma platéia. Somente nesse momento, se dá conta de que antes estava no palco. Tudo em que acreditava, nada mais era que uma grande peça de teatro. Algo irreal, ilusório. Fazendo parte então do mundo real (a platéia), se vê obrigada a engajar em um movimento por si mesma.
Muitas mulheres têm batalhado por “um lugar ao sol”, dividindo-se entre: família, atividades domésticas e trabalho, driblando as responsabilidades que emergem desse cotidiano. Estudar, trabalhar, viver dentro da contemporaneidade, tornou-se meta para o fortalecimento do ego feminino. Ser uma boa profissional, sem deixar de ser uma mãe presente, às vezes pesa. Porém, um dos melhores exemplos para os filhos é exatamente esse caráter guerreiro e responsável.
A mulher luta e se mostra forte, entretanto não perde a essência feminina. A cordialidade e o cavalheirismo por parte dos homens, são sempre muito bem vindos, muito apreciados (afinal, um pouco de educação não faz mal a ninguém). Na verdade ela quer ser admirada tanto pelo lado profissional, como também pelo lado feminino. Quer ser reconhecida como uma pessoa de valores.
Como diz a célebre frase de Ernesto Che Guevara:
...“Hay que endurecer-se pero sin perder la ternura jamas”...
A mulher que se valoriza, pode se impor e é mais respeitada. Não é qualquer um que tem direito à sua ternura, apenas os que conquistarem sua confiança e seu coração. Somente os que derem conta do recado. O que tem sido muito difícil hoje em dia, haja vista o número de solteiros. Os homens vivem reclamando que não entendem as mulheres. Caros seres humanos do sexo masculino, não tentem entender as mulheres, apenas as amem.
Uma mulher tem muitos truques que sua própria natureza feminina lhe dispõe. Se for esperta comanda seu parceiro, sem ele nem ao menos perceber. Sabe usar e abusar da sensualidade quando necessário. Cala-se na hora certa, para ser ouvida em um momento de paz e equilíbrio. Afinal “jogar pérolas aos porcos”, é pura perda de tempo.
Ser mulher é poder ser mãe. Ter um filho é poder ter a certeza de um amor eterno, além das estrelas. Educar, amar, acompanhar o crescimento em todas as suas fases, é um presente divino. O coração passa a ter uma ligação direta com Deus e fica cheio de amor. Fora o instinto materno que é poderosíssimo e pode derrubar montanhas. Mulher, se encante por você mesma. Descubra-se e verá a força que existe em você. Conquiste novos caminhos. Perca a batalha, mas não perca o amor, pois é ele que reconstrói tudo.

Memorização

Filho a gente tem que amar, cuidar, estimular e ensinar. Um dos maiores ganhos que obtive sendo psicóloga, é poder colocar em prática com meu filho tudo o que aprendi. Ele tem 9 anos e está cursando o 4º ano (antiga 3ª série). No último fim de semana deveria estudar para prova de história. A matéria era sobre: índios, negros, europeus e Tratado de Tordesilhas. Havia vários itens para decorar, o que é bastante cansativo. Sempre utilizamos uma técnica de memorização a qual chamo de “construção de histórias”. Um dos itens a estudar e saber de cor era:

Palavras de origem indígena: canoa, capim, bambu, andar de pindaíba, jacaré, nhenhenhem, tatu, Ibirapuera, Moema, Paraíba e Sergipe.
Então construímos a seguinte história:

Um indiozinho precisava atravessar o rio. Porém havia jacarés. Ele pegou alguns bambus e fez uma canoa. Quando sentou dentro achou que estava muito desconfortável e ia acabar ficando com andar de pindaíba. Colocou então um pouco de capim para sentar em cima. Atravessou o rio e lá do outro lado, o Sr. Tatu o esperava. Quando lá chagou, o Sr Tatu disse:
- Que demora! Vamos logo ao Ibirapuera e a Moema.
- Estou muito cansado, tive que construir essa canoa por causa dos jacarés – disse o indiozinho.
- Pare com esse nhenhenhem e anda logo porque também teremos que ir a Paraíba e Sergipe – disse o Sr Tatu.

Foram várias histórias, pois havia outros itens de estudo. Rimos muito com todas. Estudar dessa forma fica muito divertido e o resto da família também pode participar.
Quando se termina a “construção de história”, pede-se para a criança contá-la sozinha. Na hora da prova, é só recordar a mesma e ir escrevendo as palavras. Além da memorização da matéria, se desenvolve também a criatividade de raciocínio.
Podemos usar a “construção de história” para qualquer situação, até mesmo para memorizar números. Por exemplo:
- O número 19 me lembra meu irmão mais novo. Era o número dele no NPOR.
Ele conta muitas histórias engraçadas daquela época;
- O número 42 é o ano em que meu pai nasceu;
- O número 45 é o ano em que minha mãe nasceu;
- O número 8 me lembra óculos virado de lado;
- O número 2 um patinho (esse é fácil);
- O número 1 me lembra cerveja;
E assim por diante.
Vamos supor que eu tenha que memorizar o seguinte nº de telefone:
2194-54281 (número inexistente para não haver problemas). Posso construir a seguinte história:

Havia um patinho na lagoa (2), meu irmão mais novo (19) o viu. Chamou então minha mãe (45) e meu pai (42) para vê-lo também. Minha mãe colocou os óculos (8) para enxergar melhor. Depois foram tomar uma cerveja (1).

Use sua imaginação e boa memorização!
Muita criatividade para você!

Homens

O universo masculino é muito extenso. Não é tão fácil de ser explicado, mas é possível “tentar entender’. O que dizer desses seres maravilhosos, que assim são quando o querem? Se soubessem como são importantes quando responsáveis por sentimentos tão belos, como o amor e a paixão, dentro de nossos corações femininos...
Quando um homem quer, ele sabe cuidar de sua parceira, seduzi-la, protegê-la. Mas, na maioria das vezes tem medo. Baixar muito a guarda sentimental, pode desestruturar seu ego masculino (o meio cultural e social influenciam muito). E ele acaba bloqueando sua sensibilidade e atitudes de carinho que o fariam ser mais amado.
Todo homem procura em sua companheira, um pouco de sua mãe (de forma inconsciente, claro). Algumas mulheres têm dificuldade de enxergar o que eles buscam com isso. Na verdade querem ser acarinhados, cuidados, querem um colo de vez em quando. Esse processo nada mais é que uma pequena extensão do “ complexo de Édipo”, para a mulher (companheira). Vejo isso como uma grande chance de se conquistar mais uma parcela emocional do companheiro. E não há com que se preocupar, ele continuará a ver a parceira como “mulher” e não como mãe.
Há homens que ficam para sempre em nossas vidas: filhos, pai, irmãos, tios, primos, sobrinhos, avôs. Eles estarão sempre ali e os laços de sangue e de afeto serão para sempre. O amor entre “homem e mulher” (como casal), como diz Vinícius: ... “Que não seja imortal posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure” ... O grande desafio é alimentar essa chama para que dure para sempre.
Vários homens fazem parte de nossas vidas. Além dos que amamos e compartilhamos nossa intimidade, há também, por exemplo: os amigos, o porteiro do prédio, os chefes, os dentistas, os médicos, entre outros.
A amizade entre homem e mulher é o que eu consideraria perfeita (amigos homens são mais companheiros e não competem), não fosse o quase sempre desencadeante probleminha de um dos dois se apaixonar pelo outro. Se partirem para um relacionamento mais íntimo (sexual), os laços de amizade se desfazem e nunca serão como antes.
No prédio em que tenho consultório, trabalha um senhor na portaria, onde recebe nossas correspondências e dá informações. Todos os dias eu o cumprimento e ele me dá um sorriso. Se há alguma coisa para mim ele já vem com os envelopes na mão. È muito simpático. No final do dia me dá um adeusinho com outro sorriso. Ele faz parte do meu cotidiano e admiro sua simpatia e cordialidade.
Os chefes são importantes em nossas vidas. Sejam bons ou ruins. Os “ruins” (machistas em extremo), nos testam o tempo todo. Se soubermos encarar com atitude, os superamos profissionalmente. Já ao “bons”, cavalheiros, gentis, são como “mentores” e sabem liderar mulheres como ninguém, sem usar sedução.
Dentistas e médicos, quando amam a profissão, são os melhores no que fazem. Ir ao dentista para mim, é um momento de bem estar, de relax. Conheço meu odontologista há dezessete anos. Não houve um só dia que eu o encontrasse e que ele estivesse de mau humor ou tenso. Sempre que pergunto:...- Tudo bem?...Ele responde: ... -“Melhor estraga!”... É a positividade em pessoa. Seu consultório é de uma energia de paz impressionante.
Tenho tanta confiança em meu médico, que só de chegar em seu consultório e vê-lo, já melhoro 40%. O mesmo acontece com meu filho, quando vai ao seu pediatra. Eles são um exemplo de sabedoria, carisma e profissionalismo.
Meus queridos seres humanos do sexo masculino, nós mulheres os amamos e os admiramos. Principalmente quando sabem nos amar. Não queremos guerra, apenas companheirismo, parceria, união, respeito e amor. Todos vocês são importantes em nossas vidas.
Um carinho em seus corações e muita paz!

HIPERATIVIDADE

TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção - Hiperatividade

A criança hiperativa apresenta dificuldade em adaptar-se à escola, família e meio social. É muito agitada, o que acaba esgotando a paciência de seus pais e professores. É aquela que quando bebê, costuma chorar muito e dormir pouco.
De uma maneira geral, o hiperativo não consegue tomar parte das brincadeiras com outras crianças de forma sadia. Recusa-se a aceitar as regras dos jogos, gosta de mandar e quer sempre vencer. Assistir a programas de TV ou permanecer sentado à mesa durante refeições é praticamente impossível. É muito irrequieto e não consegue manter a atenção em atividades sugeridas, o que leva a um comum fracasso escolar.
A hiperatividade é considerada um “desvio de comportamento”, marcado pelo demasiada alteração de atitudes e de atividades, ocasionando precariedade nas tarefas a serem cumpridas. Uma tarefa escolar demorada é o que identifica com mais ênfase o TDAH. Obrigações com horários e tarefas escolares, saturam e agitam o indivíduo hiperativo. Durante as férias da escola a agitação cai consideravelmente.
O nível de tolerância das pessoas que convivem com a criança é de suma importância. Quanto mais impaciente os pais e professores, mais agitada ela será. O motivo de não obedecer a todas as ordens não é por não querer, mas por não conseguir. Isso tem que ser bem claro para quem lhe presta cuidados.
O psicólogo se vale de dois questionários para avaliação de TDAH, um que é dado aos pais e outro à professora. Uma boa entrevista com os responsáveis (em geral a mãe) e o atendimento à criança são complementares ao diagnóstico. A partir daí, encaminha-se para um atendimento neuropsicológico para fins de medicação. Cabe aos pais decidirem o uso de tratamento com remédios. Há algumas drogas de tarja preta que assustam, muito utilizadas por alguns neurologistas pois o efeito é rápido. Porém há outras mais leves, com as quais os resultados também são muito bons. O atendimento psicológico ao responsável e que lida mais com a criança, se faz necessário para trabalhar sua paciência e receber indicações para um bom convívio.
No curso que fiz de “Técnicas e Testes de Avaliação Neuropsicológica”, no Centro de Estudos Avançados de Psicologia de Belo Horizonte, a professora e Mestra em Neuropsicologia, Etelvina Lucas dos Santos ressalta que: ...“a hiperatividade em meninas se apresenta de forma diferente do que nos meninos. Elas não são tão agitadas, pelo contrário, na grande maioria das vezes são caladas e quietas, chegando a desencadear leve depressão”...
Para a avaliação de hiperatividade em seu filho(a), procure um bom profissional. Não é algo caro e não há necessidade de uma bateria de testes psicológicos. Mais uma vez, segundo Etelvina ... “o diagnóstico se faz com toda confiabilidade na utilização dos questionários, uma boa entrevista com os pais e o atendimento à criança, somente isso”...
Muita Paz!

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Falando de Amor

Amar é fácil e difícil ao mesmo tempo. Quando amamos, emanamos esse sentimento para alguém. Quando esse alguém também nos ama, ótimo, recebemos também amor. O que dificulta são as diferenças. Se depender do sentimento, agimos só pelo coração. Mas precisamos de um direcionamento racional, para equilibrar o que o que sentimos e converter as diferenças em acordos. Não adianta querermos permanecer com atitudes já interiorizadas no ego. Para amar, temos que nos adaptar uns aos outros. Traçar objetivos em comum, ajustar um comportamento aqui, outro ali. Não significa mudar a personalidade, mas lapidá-la a favor do amor, de uma convivência mútua que precisa de doses de humanismo, afeto, consideração.
O amor maduro entre homem e mulher é uma conquista de longos anos. Essa conquista pode vir durante um mesmo amor, ou vir após vários (relacionamento, casamento, namoro). Nem todos estão preparados e amadurecidos o suficiente para compartilhar vida, intimidade, sentimentos com outra pessoa. Isso serve para todos os tipos de amor (homem e mulher, amor pelos filhos, amor pelos amigos). Nesse caso, há o que se trabalhar (psicologicamente) nas bases do desenvolvimento da personalidade que foram oferecidas pela educação familiar e cultural. Com esse trabalho, podemos conquistar uma nova estrutura individual da própria personalidade.
Uma grande dificuldade no amor, é quando colocamos no outro nossa felicidade, passando ele a ser a razão da mesma e de nossa existência. Não é difícil isso acontecer, principalmente em pessoas muito carentes de afeto. Na realidade, aquele que vem para partilhar a vida (a pessoa a quem amamos), deve apenas somar emoções. Se algum dia se for, que leve apenas o que trouxe, não arrancando pedaços de nós. Sendo assim, devemos nos amar e exercitar a auto-estima sempre. Para a grande maioria das pessoas, é um exercício difícil, mas é só praticar.
Através de experiências a dois que forem vivenciadas, o amor vai se constituindo. Haverá conflitos sempre, não tem jeito (somos humanos), mas o que vai mudando com o tempo é o equilíbrio psicológico e diferenças vão se acertando e se encaixando, dissolvendo os conflitos naturalmente.
Estarmos dentro do coração, um do outro, deve nos trazer bem-estar e confiança em um sentimento compensador. A paz vai se fortalecendo gradualmente. Haverá momentos em que ela estará presente só em um, ou só em outro. O que não pode acontecer é ela não estar presente em nenhuma das partes. É interessante então, o que estiver em momento pacífico, ceder.

Muita paz e muito amor para você!

Dias de Desânimo

Há dias em que não se tem vontade de sair da cama. Bate aquele desânimo e uma preguiça e parece que o colchão está abraçando a gente, nos segurando para não levantarmos. Vem uma pequena tristeza e alguns questionamentos. Isso acontece de vez em quando com qualquer pessoa e não se assustem, ficar triste é normal.
Ficar triste não significa ficar deprimido. Depressão é ir ao fundo do poço. Tristeza é apenas passar por perto dele e achá-lo fundo. Existem algumas situações absolutamente comuns que entristecem algumas pessoas, tais como: dias muito frios, céu cinzento, feriados, domingo. Estudos demonstram que em domingos e feriados, com o fechamento de lojas, escolas, fábricas, etc., o barulho ao redor diminui. O cérebro já acostumado com os sons do cotidiano, sente falta. A mudança de programação da TV também influencia.
Estar um pouco melancólico, acreditem, até faz bem. É nesse momento em que nos fechamos para balanço e em nosso silêncio individual , colocamos pensamentos e emoções em seus devidos lugares. Daí então, recobramos força e enriquecemos nossa sabedoria. Todos precisamos de pequenas pausas. Acredito que vivamos em ciclos, como o próprio universo. São estágios, estamos hoje felizes, depois passamos por uma fase de normalidade (não muito felizes, mas também não tristes), e vem então a pequena tristeza. A grande jogada da vida e não permanecermos tristes por muito tempo. Aproveitar esses momentos para boas reflexões e sair logo, para não virar depressão. Tudo tem seu lado positivo, como diz o ditado ... “é nas quedas que o rio cria força”...
Quando você acordar em um dia de balancete, respeite. Mas levante da cama, assim ele dura menos. Trate esse dia com naturalidade, é como uma visita indesejada, sempre chega a hora em que ela vai embora. Encare como processo de purificação, de expelir o que sobrou de ruim, assim que sair tudo você fica feliz novamente.
Lembre-se sempre que sua vida tem um propósito, é por ele que você cai e se levanta. Desenvolva suas capacidades em todos os estágios, aprenda com eles. Crie um novo sentido de percepção de si e conquiste a importância de cada momento.
Quando eu era mais jovem e passava por um dia de desânimo, reclamava com minha avó e ela sempre dizia ... “ Amanhã é outro dia”... e é mesmo!
Muitas fases felizes para você! Quanto mais sábio você for, menos momentos tristes você terá.
Muita paz!

Complexo de Inferioridade - Uma Visão Psicanalítica

Todos buscamos meios de resguardar, minimizar e escapar dos problemas. Para isso, desenvolvemos mecanismos de defesa, que nos ajudam a driblar os conflitos do cotidiano. Esses mecanismos protegem as falhas do “eu”, as quais podem ser reais ou fantasiosas. Se permanecermos presos às nossas dificuldades, podemos perder o controle de nossa auto-estima e levar nossa personalidade a um processo de desintegração. Os mecanismos de defesa nos ajudam a equilibrar e recriar nossa própria identidade.
O complexo de inferioridade é um conflito muito presente na maioria das pessoas. Ele se apresenta com os seguintes sintomas:
.Isolamento;
.Sentimentos agudos de incapacidade e de inferioridade;
.Super valorização da bajulação;
.Excessiva sensibilidade a críticas;
.Atitudes supercríticas aos outros.
Quando somos acometidos pelo complexo de inferioridade, tendemos a desenvolver determinados mecanismos de defesa, tais como:
Compensação: procuramos superar uma desvantagem física ou emocional (pode haver
um fundo imaginário). O sentimento de inferioridade em um determinado setor, leva à tentativa de superá-lo em outro. Exemplo: uma mulher pouco atraente, que passa a caminhar de modo provocante. O caminhar chama a atenção e compensa sua falta de atrativos.
Racionalização: criamos explicações e razões vantajosas para fracassos decorrentes da inferioridade. É uma defesa do “eu” em face às críticas sociais. Exemplo: Um jovem que gastou muito dinheiro comprando uma roupa de marca. Explica aos pais que custou caro, mas o tecido é melhor e vai durar por mais tempo.
Projeção: atribuímos a terceiros nossos erros e desejos pessoais. Exemplo: pessoas de má índole que colocam:... “Não odeio ninguém, esse sentimento não faz parte de mim. Mas, não sei por que, os outros me odeiam”...
Identificação: quando adotamos mentalmente uma aparência, uma propriedade ou qualidade de alguém. Exemplo: mulheres que cortam o cabelo igual ao de uma atriz famosa e bonita.
Regressão: regredimos a atitudes infantis de comportamento. Esse mecanismo ocorre após muitas situações de intensos fracassos. Exemplo: um adulto chorar por não passar em um concurso.
Fixação: quando temos um interesse ou uma ligação emocional e paramos nosso desenvolvimento, nos fixando em uma determinada fase. Esse mecanismo ocorre em pessoas que tenham passado por excessivos sofrimentos, com profundas frustrações ocasionando assim sérios traumas. Exemplo: tenho um paciente, um rapaz que hoje está com vinte anos. Aos dezesseis, sei pai foi embora de casa, ele se fixou em tal idade, desenvolvendo uma dependência afetiva e comportamental para com sua mãe.
Idealização - utilizamos energia emocional reprimida, para criarmos e elaborarmos um mundo mais justo, mais gratificante (mais ou menos imaginário). Assim aumentamos e sustentamos nosso comportamento individual a favor de sua criação real. Exemplo: o positivismo é um bom modelo de idealização. O livro “O Segredo” (não generalizando, claro) exemplifica bem a idealização.
Simbolização - usamos nossa energia emocional em um processo de elevação e quase adoração de personalidades que se destacam no meio social. Exemplo: criação de ídolos do cinema, da televisão, etc...
Repressão – quando reprimimos um conflito. Quando uma frustração incomoda, atormenta nossa consciência, esta cuida de inibi-la e de afogar sua memória. Porém, o problema reprimido pode continuar atuando, mesmo que de maneira inconsciente, em nosso comportamento. Exemplo: atos falhos. O ato falho, é quando aparecem em nossa fala (ou escrita), termos que se referem a repressões relacionadas a algo ou alguém. Para um melhor entendimento: imaginemos que vamos receber a visita em casa, de uma senhora que tem um queixo muito grande. Pedimos a nosso companheiro que não comente nada sobre o queixo. Quando a senhora chega, ele faz um esforço para não rir ou fazer qualquer comentário. Porém, durante o lanche que se segue, ele pergunta:...- “A senhora aceita um pouco de geléia no queixo?”... A palavra “queixo”, saiu completamente sem querer. Ele queria apenas oferecer a geléia.
Sublimação – quando canalizamos nossas energias emocionais não aceitas dentro dos padrões normais da sociedade, para um outro ato que seja aceito e valorizado pela mesma. Exemplo: uma pessoa que aprecia cenas pornográficas, e que pinta telas de cenas sexuais. Virando arte, fica mais aceitável.
Fantasia ou Devaneio – como fuga de uma realidade frustradora, de suas lembranças, fantasiamos situações para encobri-las. Vivemos, na imaginação, aquelas situações e aquele tipo de universo em que desejaríamos de viver. Exemplo: quando um indivíduo não tem muitos amigos, mas imagina-se amigo íntimo de todas as pessoas que conhece. Começa a imaginar que foi convidado para festas e que é muito assediado.
Os mecanismos de defesa, quando empregados com medida, são perfeitamente normais a todas as pessoas. Eles são necessários para a manutenção e equilíbrio do emocional de todos nós. Eles fazem parte de nosso cotidiano e são sadios. Quando ultrapassam um limite de normalidade, devemos procurar ajuda de um profissional. Nesses casos, nem sempre a pessoa acometida tem percepção do agravamento e exacerbação de seus mecanismos de defesa, cabe então aos familiares uma atitude.

Como Ter Uma Relação Harmoniosa

Quando nos relacionamos com outra pessoa, muitas vezes nos deparamos em situações de conflito. Tendemos a comparar, a fazer ganchos com situações passadas, que acabam prejudicando a relação. Traumas vividos na infância, relacionados à vida afetiva de nossos pais, ou traumas de ex-relacionamentos amorosos, insistem em estar presentes mesmo que de forma inconsciente. Ou seja, tomamos determinadas atitudes sem mesmo entender a causa, pois a mesma está camuflada no nosso arquivo cerebral. Como resolver isso? Viver o presente, o aqui e agora. Se os traumas foram muito fortes, vale a pena uma terapia. Caso contrário, passar a reparar se você tem razão ou não para estar aborrecido. Vale também , uma boa observação se o que aborrece em relação ao outro é real ou fantasioso.
Um bom exercício para se conectar com o aqui e agora, é parar o que está fazendo, fechar os olhos, respirar fundo...começar então a reparar nos barulhos ao seu redor (é surpreendente como aparecem diversos sons aos quais não se prestava atenção). Após esse momento de introspecção, abrir os olhos, olhar seu corpo, o ambiente ao redor, tudo o que o cerca no momento atual. Agora então, bem estabelecido no presente, trazer à consciência o assunto que o está aborrecendo. Ser realmente honesto em seus julgamentos e perdoar se necessário.
Muitos casais entram em desarmonia devido a ciúmes, competitividade, exigências. Nesses casos, a aceitação do outro como ele realmente é, foge à naturalidade da convivência. Cada um de nós traz uma bagagem de vida. Trazemos traumas, vícios ou afetividade, dependendo de tudo o que se viveu. Cada pessoa tem seu próprio mundo e para compartilhá-lo é necessário muita paciência, respeito e parceria. Ninguém muda ninguém exigindo, tentando impor sua maneira de fazer as coisas. O relacionamento é uma conquista diária. Os desentendimentos estarão presentes de vez em quando, mas tudo vai depender das reações. É necessário que cada um ceda um pouco. Com o tempo, atitudes plausíveis tornam-se hábito.
A harmonia entre o casal gera prosperidade em tudo o que o cerca. Se houverem filhos, esses crescerão em um ambiente tranqüilo que lhes proporcionará um futuro emocional seguro, com auto-estima elevada.
Somos o que pensamos. Nosso mundo é como o construímos. Permitir a alguém compartilhar de nosso mundo, é também permitir nossa própria integração ao mundo desse alguém. Tudo deve ser muito suave, analisado de maneira afetuosa. Ser maleável não significa fazer papel de bobo, significa respeitar o ponto de vista do outro e simplesmente amá-lo.

A Psicologia da Fé e da Oração

Quando um paciente chega a meu consultório, um dos primeiros questionamentos que faço é sobre sua fé. Pergunto se segue alguma religião, se acredita em Deus, se faz orações, etc... A fé e a crença em Deus, nos trazem segurança, gerando uma sensação de proteção e assistência. Desfazem a dúvida, o medo e trabalham o positivismo dentro de nós.
A oração é um ato de introspecção. É um momento em que nos desligamos dos barulhos ao redor em pura concentração. Quando rezamos o terço, por exemplo, estamos fazendo uma meditação. A repetição continua das orações é como um “mantra”, que acaba nos levando a um estado alterado de consciência, criando um momento de relaxamento e paz. Nesse momento, as respostas, orientações e inspirações surgem espontaneamente. Novas perspectivas e confiança se agregam resultando em um profundo bem estar e leveza de alma. A positividade interna flui em uma energia compensadora. Essa energia fica clara nas mudanças de atitudes, de acordo com o fortalecimento e crescimento espiritual. Em posse dessas mudanças, podemos transformar qualquer tipo de acontecimento em algo enriquecedor.
Nossa mente funciona mal sob pressão. Durante a oração, expelimos tensões e preocupações que impossibilitam o fortalecimento do nosso pensamento. Desabafamos o que angustia nosso coração, tornando melhor a compreensão do nosso íntimo. Acreditando em Deus, que Ele está ao nosso lado, em qualquer momento e lugar, desenvolvemos e realizamos mais em nossa vidas e nas dos outros. Temos mais vontade de lutar, viver e conviver afetuosamente com nosso semelhante. Nossa consciência se alimenta de imagens boas, de amor e prosperidade. Passamos a praticar o otimismo e atrair o bem, esperando sempre o melhor.
O poder da fé e da oração é incontestável. Quando esse poder atua em conjunto (novenas e correntes em grupo, por exemplo), a força é ainda maior, uma vez que o “inconsciente coletivo” entra em ação. Além de que unidos por um ideal, fazemos novas e boas amizades. Muitas idéias surgem se completando umas as outras, criando meios para solucionar o que parece não ter solução.
Não devemos apenas pedir, mas também agradecer. Precisamos também alimentar nossa caridade interna, pedindo por quem no fez algum mal. Nosso potencial espiritual crescerá e a magnitute de nossa fé também. O perdão é terapêutico e nos conduz a uma paz interior, a qual não tem preço. Desenvolvendo e ascendendo nossa maturidade espiritual, passamos a ter noção de que todos somos humanos. A diferença entre nós, é exatamente o grau desse desenvolvimento.
Sempre há um horário que nos habituamos a fazer nossas orações. A maioria das pessoas as faz ao deitar. Às vezes passamos um dia ruim, atribulado e no fim do mesmo, nossa fé parece estar enfraquecida. Dependendo da situação, surgem algumas lágrimas. É então que entramos naquele contato íntimo maravilhoso e a recobramos, as lágrimas vão cessando e acabamos adormecendo em paz, prontos para um novo dia.

Fé, Paz e Amor para Você!

Quebra-cabeça

Quebra-cabeça.

Algumas pessoas estão sempre reclamando, dos acontecimentos, da falta de sorte, da falta de um amor, entre outras lamentações. Ficam tristes, desanimadas e algumas chegam até mesmo à depressão. Acumulam pensamentos negativos, que deixam o viver complicado demais. Vivem lutando contra o destino, abandonando situações, as quais retornam de uma outra forma, pois têm que ser vivenciadas. Acabam travando uma guerra com sua própria vida. Fica então difícil entendê-la, quando na realidade o grande segredo é “não tentar entendê-la”, mas vivê-la.
A vida é um grande quebra-cabeça, onde as peças são os acontecimentos e as emoções. Qualquer coisa que aconteça no presente, se somará a outra. E assim vai-se construindo o futuro, que bem devagar, vai se tornando passado. Os acontecimentos e emoções vão se encaixando, até se tornaram uma linda existência. Por certas vezes, há peças que parecem não se encaixar, mas depois se descobre que estavam no lugar errado. E não dá para jogar nenhuma fora. Um quebra-cabeça não pode ser montado faltando peças,
não é mesmo?
A fé é uma dos componentes mais importantes da vida. É ela que dá força e que levanta a auto-estima. Quando existe fé, não há questionamentos, mas sim aceitação e agradecimentos. Tudo o que acontece tem uma razão. Não se tem que discutir, mas vivenciar cada momento e transformar cada experiência, em um aprendizado. Não é um tipo de conformismo, é apenas uma visão positiva, tranqüila e amadurecida de se encarar a própria história. Muitas vezes a imaturidade leva a uma não adaptação e não aceitação dos fatos que surgem, dificultando o desenvolvimento emocional.
Pode-se escolher entre ficar chateado, revoltado, entristecido, ou simplesmente ir deixando as peças se encaixarem e ser feliz. Pode-se criar uma nova maneira de pensar, deixando de lado aquela sensação de que há sempre alguma coisa errada. Tudo está como tem que ser. Pode-se até transformar uma coisa ou outra, mas mudar, não. Caso houvesse a possibilidade de se saber, o tempo que nosso quebra-cabeça levará para se completar, não perderíamos tempo com bobagens, com pensamentos destrutivos.
Estar em paz com o próprio espírito, é o melhor presente que se pode dar a si mesmo. Para isso, trabalhar o caráter e fazer coisas dignas, são atitudes básicas. Praticar a caridade também faz parte, não só a material, como também a espiritual, que às vezes é bem mais difícil. Há a necessidade também de ser íntegro e ter comportamentos que honrem o bem. Aceitar-se, transformar-se, não lutar contra si, mas a favor, é amar a vida, seja ela como for.

domingo, 11 de março de 2007

Transtorno Bipolar
O Transtorno Bipolar, também denominado Transtorno Maníaco Depressivo (antiga Psicose Maníaco-Depressiva), é um transtorno psiquiátrico comum e tratável. Esta doença atinge cerca de 1% da população geral e é associada com uma perda expressiva da função do indivíduo e um aumento de risco de suicídio. É caracterizado por períodos de aumento anormal do humor (mania), seguidos de episódios de depressão.
Na mania o humor é eufórico, exaltado (quase sempre alegre, muitas vezes irritado). Nesta fase o paciente apresenta: desibinição; aumento dos impulsos; pensamentos rápidos; intensos diálogos internos; necessidade compulsiva de falar; insônia; irritabilidade anormal; ego inflado.
A super valorização das próprias capacidades pode levar a fantasias de grandeza. E, devido à irritabilidade, impulsividade e hiperatividade, é freqüente o paciente entrar em conflito com a família e a sociedade.
A fase maníaca pode durar uma semana ou por muito mais tempo.
Um episódio maníaco pode ser perigoso. Nele o julgamento do indivíduo é severamente prejudicado e as ações são realizadas sem uma consideração cautelosa do potencial de risco, do eventual impacto negativo na saúde, nas finanças, na carreira ou nos relacionamentos.
Na fase depressiva, o humor do paciente se apresenta intensamente deprimido (sente-se desolado, triste ou ansioso, desesperado, desprazeroso). Há uma inibição total e falta de iniciativa. Dura no mínimo duas semanas e há grande chance de suicídio. Costumam ocorrer nesta fase as “flutuações diurnas”: de manhã é mais séria, o paciente costuma estar mais triste que à tarde ou à noite.
É comum a falta de apetite, perda de peso, insônia, constipação, às vezes amenorréia e diminuição da libido.
Também há a presença de sensações corporais desagradáveis tais como: pressão na testa, peso no tórax, aperto na cabeça, sensação de bolo na garganta. Pode ocorrer também agitação psicomotora (tiques).
O portador desta doença deve procurar os cuidados de um psiquiatra e um acompanhamento psicológico. Com o tratamento, o paciente pode ter uma vida normal ou, pelo menos, muito próxima do normal. Isso geralmente só depende da adesão do paciente aos medicamentos e assiduidade ao acompanhamento psicológico.
O Transtorno Bipolar apresenta predisposição hereditária.